quinta-feira, 1 de maio de 2008



Devo Acreditar na Doutrina da Minha Igreja?

Devo acreditar na doutrina da minha igreja?Sim, se estiver conforme a Bíblia. Não meditar na Palavra para tirar suas próprias conclusões é um grande erro (Sl 1). Por este motivo, há muitos cegos guiando uma multidão de cegos. O melhor mesmo é seguir o exemplo dos bereanos. Eles examinavam nas Escrituras se o que Paulo e Silas ensinavam estava de acordo (Atos 17.10-11). Até mesmo estas minhas palavras devem ser examinadas e estudadas. O importante é que o próprio crente tenha convicções próprias. Mas cuidado: não seja precipitado nos julgamentos.

Quer dizer que devo examinar cada palavra do pastor?Você deverá ter conhecimento da doutrina de sua igreja; o que ela prega sobre Pecado, Salvação, Trindade, Divindade de Cristo, Últimas Coisas, etc. O novo convertido poderá passar um tempo comendo pela mão dos outros, mas não todo o tempo. Depois deverá ganhar asas e voar para a liberdade de estudar a Bíblia e entendê-la. A rápida comunicação da internet tem facilitado o estudo bíblico, mas está muito longe de alcançar a maioria da população.

Mas como fazer se sou novo convertido?Não resta dúvida de que nessa situação você facilmente poderá ser manipulado para receber como verdadeira qualquer doutrina. E depois de alguns meses de contínuo discipulado, você terá poucas chances de discordar daquilo que aprendeu. Se as coisas não mudarem, são grandes as probabilidades de você virar um fanático. O melhor é ser um persistente pesquisador. Ler e meditar com o auxílio de um bom livro de comentários bíblicos é uma boa opção. Não dispense a ajuda do Espírito Santo. Não é muito difícil detectar certas anomalias. Mas há certos desvios doutrinários que são sutilmente introduzidos, difíceis de serem detectados. Há poucos dias, uma consulente nova convertida revelou que achava estranho ter que participar anualmente de certa campanha em sua igreja; e também achava estranha a relação que sua igreja fazia entre o sacrifício de animais do Antigo Testamento com o sacrifício do dízimo. Ela tem razão. Há muitas coisas estranhas rolando por aí. É preciso muito cuidado porque estamos lidando com a nossa própria salvação. Os pequenos desvios doutrinários podem ser a ponta de um grande iceberg, pois onde entra um boi, entra uma boiada.

Mas se sou abençoado na igreja que estou?Se você é realmente filho de Deus (Jo 1.12), você será abençoado ainda que more num deserto.

Quer dizer que não preciso freqüentar qualquer igreja?Havendo condições, seja membro de uma igreja (Hb 10.25). Na igreja você ouve a Palavra e a sua fé aumenta (Rm 10.17). Na igreja, você participa dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor. Todavia, a sua salvação não é garantida porque você é membro dessa ou daquela igreja. É pela graça, mediante a fé em Cristo Jesus (Jo 3.18; Rm 10.9; Ef 2.8-9).

Quais os desvios mais fácil de serem identificados?Uma das características das seitas é negar a divindade de Jesus. Mas há desvios dignos de nossa atenção. Se o pastor de sua igreja passa quarenta minutos falando sobre dízimos e ofertas, e nos quinze minutos da pregação continua batendo na mesma tecla, então você está diante de um fato estranho ao Cristianismo. Bolsa de Valores, empresas comerciais, bancos, casas de câmbio, Casa da Moeda, etc. são locais em que se fala muito em dinheiro, porque o dinheiro é o objeto de suas atividades; exemplo também dos agiotas. O lucro é a meta. Não é (não deve ser) o caso das igrejas, lugar de transformação de pessoas para terem uma nova vida em Cristo.

E se eu não concordar com a doutrina da igreja, que farei?Martinho Lutero, da ordem dos eremitas agostinianos, intentava propor mudanças na sua igreja. Não conseguindo, afastou-se e fez um protesto público. Quando os desvios são pequenos, entendo ser possível a um simples membro propor mudanças.

Como propor mudanças se não tenho acesso ao pastor?Nas grandes igrejas isso acontece. No caso dos pastores virtuais a distância ainda é maior. Ele fala e as ovelhas ouvem. Não há oportunidade de troca de idéias. A ocasião mais propícia é nas Escolas Dominicais, quando existe. Porém, se os desvios decorrem de doutrinas que já estão arraigadas, que há anos fazem parte do púlpito, dificilmente haverá mudança. Mudar significa reconhecer erros, e, eventualmente, perder ouvintes. Já pensou se a Igreja Católica resolvesse proibir seus fiéis de ficarem prostrados diante de imagens, considerando que o ajoelhar-se é um gesto visível de uma adoração interior? Já pensou se teólogos da prosperidade resolvessem declarar, num instante de lucidez, que o crente será abençoado mesmo que não participe de campanhas? Os prejuízos seriam incalculáveis. Não podem fazer isso. É uma pena. Contudo, a decisão de ficar e continuar lutando é somente sua

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